domingo, junho 05, 2005

Parte 2: Cusco

Doze horas depois de sair da rodoviária de La Paz chagávamos a Cusco. Na rodoviária sofremos nossas primeiras tentativas de assalto na viagem. Um cara tentou abrir a bolsa da Lígia e tentou levar a bolsa de um casal de brasileiros que conhecemos na viagem. Não levou nada, mas conseguiu escapar.

Pegamos um táxi até a famosa "Plaza de Armas", no coração de Cusco, para procurar um hotel. No caminho o taxista não parava de tentar empurrar um hotel conhecido por ele.Descemos na praça, fizemos uma pesquisa de preços e decidimos ficar no "Hostel Oblitas", na rua Plateros, a 100 m da praça. Pagamos 70 soles diários por um quarto para 3 pessoas.

Saímos para jantar. Primeiro fato triste para os brasileiros: Só existe uma marca de cerveja na região: Cusqueña. Os bares mais modernos ainda têm uma segunda marca, mas fica só nisso. Mas o pior: Praticamente não há cerveja gelada em Cusco! Mesmo nos dias mais quentes, só se bebe à temperatura ambiente. Quando usam geladeira, deixam-na regulada para esfriar o mínimo possível. E o preço é um absurdo: 12 Soles (Quase R$ 10) por uma garrafa de 1 litro. Dizem que a culpa é da falta de concorrência, mas no meio da trilha pra Machu Pìcchu, onde a única maneira da cerveja ser transportada era no lombo de cavalos, encontramos a mesma Cusqueña por 6 soles. E ali na cidade, a menos de 1 km da cervejaria, custava o dobro.

Mas Cusco é uma cidade impressionante. A região da Plaza de Armas é linda. Cusco significa "O umbigo do mundo" (Qosco), pois era a capital do império Inca e ligava as 4 grandes regiões do território deles. Nessa praça ficavam os palácios dos incas, mas foram todos destruídos pelos espanhóis, que os substituíram por igrejas ou mansões para os VIPs da época. Ao redor da praça ainda existem casarões do período colonial, todos eles ocupados por empreendimentos comerciais, como bares, restaurantes e agências de turismo. Na verdade pela cidade inteira ainda há muitas casas dessa época, mas só aquelas ao redor da praça são conservadas. Muitas casas, devido à sua arquitetura pitoresca e tamanho exagerado, se tornaram uma espécie de cortiço comercial. Você entra por uma portinha e descobre um mundo de lojinhas, cada uma ocupando um cômodo da antiga residência.



A Plaza de Armas de Cusco

No centro de Cusco, tudo é muito bem conservado, limpo e iluminado. De cara resolvemos mudar nosso cronograma e passar mais tempo aqui. E realmente Cusco tem uma estrutura turística invejável. Há muita coisa pra se ver e fazer ali.

Aqui, assim como na Bolívia, os táxis continuam sem ponto fixo, sempre rodando pelas ruas a procura de passageiros. A diferença é que eles não buzinam, pois há placas ao redor da Plaza de Armas proibindo isto. Como há muitas ruas bem estreitas, a maioria dos táxis se parece com um carrinho de Playmobil (Na foto acima).

Uma coisa que chega a irritar em Cusco é que você não pode dar 2 passos sem que alguém venha te oferecer alguma coisa. São vendedores oferecendo comida, cartões postais, artesanato, cigarros, drogas, mulheres... Enfim, tudo. Os restaurantes contratam gente para ficar à porta cooptando turistas. Os funcionários das agências de turismo praticamente te empurram pra dentro se você parar para olhar seus folhetos. A partir do segundo dia já é automático dizer "No, no, gracias" para qualquer um que se aproxime.

Na Plaza de Armas estão as principais agências turísticas da cidade. Para se fazer a Trilha Inca hoje é obrigatório que se contrate uma agência local. O governo colocou diversos fiscais espalhados pela trilha verificando os turistas que passam. Se você não estiver acompanhado por uma agência, não pode prosseguir. Mais detalhes no final do texto, na parte sobre a trilha.


E, como nós não havíamos feito reserva, ficamos sem Caminho Inca para Machu Picchu. Claro, ainda poderíamos ir de trem, mas não teria a menor graça. Outra alternativa seria ir de helicóptero, mas obviamente isso não estava dentro das nossas posses. Por sorte o Renzo tinha levado o telefone da agência da Marisol, a agência mais bem recomendada de todos os fóruns online que participamos. Marcamos um encontro com ela e o seu companheiro Saul no nosso hotel. Eles vieram e nos ofereceram duas alternativas: Uma meio chatinha, caminhando ao lado de uma rodovia, e a quase-tão-famosa Trilha do Salkantay.

Por fim, fechamos com a trilha passando pelo monte Salkantay e saímos na quarta-feira, dia 18, para uma jornada de 5 dias em meio a neve e selva, para chegar à cidade perdida de Machu Picchu. A descrição dessa parte da viagem está no final, para aqueles que só queriam saber da trilha.

Mas Cusco tem diversas atrações além de Machu Picchu. A cidadela no meio das montanhas é apenas a mais famosa, mas existem diversas outras ruínas ao redor da cidade, além de museus e prédios históricos. E, claro, a noite cusqueña, que é provavelmente a melhor que eu já conheci.

A Noite de Cusco

À noite o ambiente da Plaza de Armas muda completamente. As agências de viagem fecham suas portas e os bares abrem as suas. Cada bar coloca nas ruas uma equipe de promotores incumbidos de botar para dentro do estabelecimento a maior quantidade de estrangeiros possível. Com a concorrência nenhum bar cobra entrada ("Bar" aqui está no sentido paulista da palavra, que é bem diferente do sentido mineiro. Aqui se trata de um local fechado, cujo interior não pode ser visto do lado de fora, e que geralmente tem uma pista de dança com DJ, além de outros ambientes) e ainda oferece um drinque grátis. Obviamente o tal free-drink nunca passa de um copo de refrigerante com uma leve carga de álcool. Nada que fique muito caro ao bar, já que a maioria deles nunca enche. Os estrangeiros passam ali apenas para pegar sua bebida grátis e logo caem fora, em busca de um local mais agitado. Pelo menos foi isso que os brasileiros fizeram todas as noites.



Eu e o Fernando no meio de uns Irlandeses pirados

E ser brasileiro em Cusco tem muitas vantagens. Andar com uma camisa da seleção brasileira ali, a noite, equivale a passear de Ferrari em SP. Todo mundo te trata com uma dose extra de simpatia (Embora os peruanos já sejam naturalmente bastante simpáticos). Todo mundo vem com o tradicional "Brassil, Brassil! Ronaldo! Ronaldo". O sucesso dos brasileiros é tanto que cheguei a encontrar outros estrangeiros que se passavam por brasileiros, mas não conseguiam pronunciair mais que um "Obrigado" com sotaque carregado. Só que esse tratamento diferenciado dos brasileiros tem seu lado ruim. Por estar ligado a um estereótipo, te tratam bem se o que querem de você é animação. Já se querem dinheiro, não perdem tempo ao seu lado. Um vendedor de cartões postais parou do meu lado, tentou mostrar seus produtos mas logo percebeu minha origem e foi embora dizendo "Brasileño? Ah, brasileños nunca compram nada".



Eu e o irlandês caçador de peruanas



Promotores dos bares disputando os turistas

Os principais bares na região da praça são:


Mama America: É o que mais enche. Geralmente as pessoas passam por todos os bares pra beber de graça e terminam sua noite lá. É o mais animado e, por isso, encerra a distribuição de free-drinks mais cedo, por volta da meia-noite. É também onde trabalha a barwoman mais gostosa de Cusco.


Mama Africa: Foi recomendado por uns brasileiros, mas foi uma decepção. Realmente é animado e rivaliza com o Mama America, já que ninguém aguenta ir ao mesmo lugar toda noite (Se não se gasta nada pra sair, pode-se sair todas as noites). O problema fica por conta das bebidas, que mesmo quando pagas, são tão diluídas em água que bebê-las é jogar dinheiro fora, além de serem bem mais caras que nos outros bares. 4 doses de vodca ali não fazem o efeito de meia cerveja. Pode-se comprovar observando o ambiente. Enquanto no Mama América sempre há algum bêbado caído nos sofás ou no banheiro, no Mama Africa ninguém se exalta. Uma dose de vodca custa 10 Soles. lá.

Mithology: De vez em quando consegue algum público, mas não dura muito. Vale entrar sóbrio para descobrir o que está enrolado na estátua no centro do bar.

Extreem e Cafetacuba: Estes dois são sinistros. São inferninhos disfarçados de bar. Como o país é muito católico, essas coisas sempre ficam bem escondidas, mas é só entrar, prestar atenção no ambiente ou conversar com as meninas que ficam dando sopa ali que logo se fica sabendo os preços e locais. Realmente vale a pena entrar só p/ beber seu free-drink mesmo e depois cair fora.

Kamikase: Fomos lá uma vez e parecia que estava rolando um Baile da Saudade com Francisco Petrônio. Como ainda não chegamos a terceira idade, foi a primeira e última vez que lá entramos.

El Muki: Os peruanos ainda usam a palavra "discoteca" para descrever esse tipo de lugar. Só abre nos finais de semana e também não cobra entrada, já que fica bem de frente ao Mama America. O ambiente é legal. As paredes imitam uma caverna. Mas só entrei uma vez e estava totalmente vazio.



Depois de 4 ou 5 free-drinks no Mama America

Comunicação com os nativos

Saí do Brasil sem falar uma única palavra em espanhol. Voltei falando umas 5 ou 6, sendo metade delas palavrões. Mesmo assim não tive problema nenhum para entender bolivianos e peruanos. De maneira geral eles entendem muito bem o portunhol. É só trocar os sufixos das palavras de "ão" para "ión" (Como em "ligación), trocar uns "ch" por "ll" (Só alguns), falar com sotaque e usar uma linguagem mais rebuscada (Troque "piada" por "chiste", "ardido" por "picante" e por aí vai).

Cada país tem seu linguajar próprio e mesmo quem é fluente em espanhol dá seus tropeços. A Natália me deu umas dicas boas de palavrões, mas acho que só funcionam na Espanha. E depois ela ficou brava porque eu teria insinuado que ela não fala mexicanês. Então vamos deixar bem claro: Ela fala mexicanês, e provavelmente peruanês, bolivianês, cubês e todas as outras variações regionais do espanhol. :-)

No avião, antes mesmo de sair do Brasil, "alguns brasileiros" deram um pequeno vexame. A aeromoça começou a distribuir o almoço e informava o conteúdo do marmitex: Empanada de frango. "REPOLHO???", gritaram horrorizados os passageiros. "Não! Troca! Outra coisa!". Realmente é um perigo viajar 6 horas num avião fechado ao lado de alguém comendo repolho.

Alimentação

O prato mais comum em Cusco é o pollo (frango) com papas (batatas) fritas. Mas "papas fritas" por ser traduzido para "batatas cozidas em óleo". Não importa o quão caro seja o restaurante, as tais batatinhas vêm sempre transparentes de tanta gordura. Mas é barato. Mesmo nos arredores da Plaza de Armas um prato deste não custa mais que 5 Soles.

Um bom restaurante que achamos é Perkas Boer, na rua Plateros, quase em frente ao hostel Oblitas. Ali também funciona uma cervejaria e é um dos pouquíssimos lugares em Cusco a servir cerveja gelada. Uma caneca de 300 ml de cerveja da casa sai por 5 Soles. Uma refeição com entrada, prato principal e suco sai por 8 Soles (Menu econômico. Existem outros menus mais sofisticados). Recomendo o filé de alpaca. A noite os pratos são um pouco mais caros e mais elaborados, mas você ganha uma taça de vinho ou uma cerveja. E o ambiente é excelente. Só tome cuidado com o cacto que fica atrás da porta de entrada. Deve ser realmente perigoso, pois até colocaram uma placa de alerta em cima dele.



Cuidado!

No final do mês de maio acontece a festa de Corpus Christi e aí pudemos fazer uma imersão mais profunda na culinária peruana. As ruas da cidade ficam tomadas por pessoas e barracas vendendo todo tipo de comida.



A Plaza de Armas lotada no Corpus Christi

Uma das principais comidas típicas da região é o "cuy al horno". Cuy, o nosso simpático porquinho-da-Índia. Sim, eles comem porquinho-da-Índia! Criam os bichinhos dentro de casa mesmo, soltos como qualquer animal de estimação. E, quando dá vontade, vão lá e comem os pobrezinhos. Na quermesse de Corpus Christi ainda fazem pratos enfeitados para chamar a atenção.



Festa de casamento: O cuy e o pollo.

Obviamente eu não poderia deixar de experimentar uma coisa dessas. Só que num restaurante, claro. Pra não arriscar a passar o resto da viagem me lamentando no banheiro.



O cuy al horno

Confesso que bateu um arrependimento assim que o garçom despontou da cozinha com o prato na mão. Quando a refeição chegou e foi colocada à minha frente, as pessoas ao redor ficaram horrorizadas. Não as pessoas da mesa, mas o restaurante inteiro. Uma mesa cheia de moças européias atrás de mim ficou em silêncio. Meu Deus! As batatas vêm com casca! Que coisa nojenta! Ah,mas que droga. Eu já iria comer um rato mesmo! Que importava se as batatas estavam descascadas ou não?

O cuy al horno custa entre 30 e 40 soles. É um dos pratos mais caros em Cusco. E, sinceramente, não vale a pena. Um bichinho desses não tem quase nada de carne. O prato voltou quase do mesmo jeito que chegou. Só deu p/ chupar os ossinhos das pernas mesmo.



Quase que ele escapa

Preços

Não existe um sistema de preços nem na Bolívia nem no Peru. Principalmente nos lugares turísticos, o preço das coisas depende da cara do freguês. Se você entrar numa loja 3 vezes no mesmo dia pode ouvir 3 preços diferentes para uma mesma mercadoria. E tudo é negociável. Pechinchar faz parte da cultura destes povos.

Pontos Turísticos em Cusco

Machu Picchu é a atração turística mais famosa da região de Cusco, mas existem dezenas de outros pontos de interesse histórico. Ao redor de Cusco há diversos pontos arqueológicos, como o Vale Sagrado e Saqsayhuaman (Que os gringos pronunciam "Sexy Woman"). Há também diversos museus, igrejas e monumentos. Sem falar da própria arquitetura da cidade, cheia de casas do período colonial e ruas de pedra.

A prefeitura vende um bilhete turístico por 70 Soles (35 para estudantes com menos de 27 anos) que dá direito a visitar 16 pontos turísticos. Realmente é barato, visto que a maioria dos locais cobra uma entrada de 10 Soles. O problema é que o boleto não inclui os lugares mais interessantes, como o Museu Inca.

Um dos pontos que o boleto abrange é o Museu de Santa Catalina, instalado num convento ainda em atividade. 15 freirinhas ainda vivem lá. Na verdade esse é o único local do circuito que eu visitei, pois não comprei o boleto, mas o porteiro ficou com tanta pena de mim quando meus amigos entraram e eu fiquei na porta, que acabou me deixando entrar de graça (Não se vende ingresso. A entrada só é permitida aos portadores do boleto). O acervo do museu é composto basicamente de arte sacra, com umas imagens religiosas bem macabras. A maioria das pinturas e esculturas vem da Escola Cusquenã de Arte, um estilo que mostra bem o sincretismo religioso dos cusquenhos durante o domínio espanhol. Nas pinturas de tema católico ainda se vê o sol e a lua retratando a religião andina. Na imagem da Santa Ceia vê-se Jesus a frente de um porquinho-da-Índia assado! E nas pinturas que representam o martírio de cristo pode-se ver claramente que os soldados romanos são, na verdade, soldados espanhóis.

Outro museu legal é o Museu Inca. Ali pode-se acompanhar toda a história do povo governado pelos Incas (Apenas os líderes eram chamados de Incas e foram 12), desde antes do início do império até a dominação pelos espanhóis. Há diversos guias no pátio do museu. Teoricamente o serviço é gratuito, já que você pagou a entrada. Mas se esquecer de dar uma gorjetinha ao final da explicação, eles vão cobrar na cara dura.

Todas as igrejas ficam fechadas durante o dia e cobram entrada dos turistas. Mas você pode visitá-las de maneira discreta de manhã, durante os cultos, sem pagar nada. Minha mãe ficaria orgulhosa de mim se me visse acordando às 7h00 para ir à missa na catedral de Cusco. E valeu a pena. É até mais impressionante ver a igreja durante o horário de funcionamento.

Praticamente tudo o que os incas haviam construído em Cusco foi destruído pelos espanhóis. As únicas construções remanescentes são as fundações de alguns prédios. Embora os espanhóis pretendessem destruir a cultura e a religião daquele povo, eles sabiam reconhecer uma boa obra de engenharia civil. Em algumas ruas ainda é possível encontrar estes vestígios, inclusive a famosa pedra de 12 ângulos, um pedaço de rocha talhado pelos incas para servir de fundação de uma construção, num encaixe bastante peculiar. E robusto, pois está lá até hoje.

Um local interessante para se visitar, comer e até se hospedar na cidade é o bairro de San Blas. Fica a uns 5 minutos da Plaza de Armas, seguindo por trás da catedral. Por estar um pouco afastado do centro turístico, as coisas são mais barato.

Um ponto turístico alternativo: O Mercado Central. Ali sem você se integra realmente ao povo cusqueno. Comida de todo tipo, carne exposta no meio dos corredores, frangos sendo abatidos na hora. Também é uma alternativa para quem perdeu o Mercado das Bruxas de La Paz. Veja abaixo:


Fetos de lhamas e poções mágicas à venda no mercadão

A Parte Triste: O Retorno

Depois de uma semana em Cusco acabou a moleza. Era hora de voltar p/ casa. Só que precisávamos pegar o avião em Cochabamba e a situação na Bolívia estava feia. Os bloqueios haviam se intensificado. Chegou-se a falar em golpe de estado, mas os militares foram à TV negar os rumores. Os manifestantes fecharam o acesso ao congresso, impedindo que os deputados fossem trabalhar (???). E nenhum ônibus saía mais de Cusco para lá. Resultado: Tivemos que raspar as economias e comprar mais uma passagem de avião, de Cusco a Cochabamba (USD 120,00). Como se apenas o fato de ir embora dali não fosse triste o suficiente.

Essa parte da viagem foi tão chata que eu nem vou escrever sobre ela. Mas tudo correu bem e, no dia 29, domingo, por volta das 22h00, estávamos de volta a SP. Todos cansados, já se preparando p/ recomeçar o trabalho no dia seguinte, mas também satisfeitos. E mudados. Ninguém volta com a mesma cabeça de uma viagem assim. Conhecemos muitos lugares novos, com um povo bem diferente do nosso. Conhecemos pessoas do mundo inteiro: Irlandeses, brasileiros, israelenses(Um monte! Cusco está infestado), uma americana, um(a)inglês(a) cujo sexo até agora é um mistério, nenhum argentino, uma mexicana... Ah, uma mexicana....

Mas no final do ano tem mais! Se você pretende ir p/ Cusco algum dia não se esqueça de me chamar!

Nenhum comentário: